Uma boa expulsão

Tenho lido, aqui e ali, críticas ao Jorge Jesus pelo reacção que levou à sua expulsão no jogo frente ao Basileia. Concordo que seria preferível que o nosso treinador tivesse sido capaz de se controlar de forma a evitar uma suspensão.
No entanto, tendo em conta que o jogo já estava nos descontos, a vitória assegurada, a preparação dos jogos é feita nos dias que antecedem a sua realização e, com os meios tecnológicos à disposição, a comunicação à distância é, não só simples, como muito difícil de evitar, esta é daquelas expulsões que poderá acarretar mais benefícios do que significar um problema.
E por uma questão muito simples!
Os jogadores, ao verem o seu treinador explodir daquela forma, não sem antes certificar-se do estado do seu atleta, puderam constar que, não importando as consequências, têm alguém que os lidera e, mais importante, os protege sem limites. Alguém que não só é exigente como protector. Não um pai ou um amigo, mas um treinador, na verdadeira acepção da palavra.
Na próxima ocasião em que os jogadores forem alvos da ira do seu treinador, estará latente que essa ira será dirigida bem mais fortemente a quem os atacar. Esta reacção, por ser genuína, vale por mil repetições da expressão tão usada, mas geralmente pouco sentida, "os meus jogadores".
Os jogadores do Benfica são os jogadores do Jorge Jesus. Eles já o ouviram, sentiram-no e sabem-no! E para que dúvidas não restem, ele não se importará de ser expulso todos os jogos se os ganhar. Alguns comentadores evocarão que, para ele, o fim justifica os meios. Os jogadores somente reterão um verbo: "Ganhar"!