Acabo de comprar o bilhete para o jogo frente ao Twente. Faço-o hoje porque amanhã poderá não me apetecer e, como esta época ainda não fui ao Estádio da Luz, nada como uma injecção dupla nos próximos dias para ver se o bichinho começa a borbulhar e saio desta letargia futebolística em que me encontro.
Conforme já escrevi aqui, em princípio de Junho tinha muitas expectativas em relação à presente temporada, estado que desceu a pique com o início dos trabalhos e, em especial, dos jogos pelos motivos demais evidentes (a não correcção dos erros por parte do nosso treinador).
A poucas horas de um importante jogo para as competições Europeias, para além dos receios perante a teimosia da nossa equipa técnica, assalta-me o espírito a incompetência revelada pela estrutura que dirige o nosso clube em termos de planificação e constituição do plantel.
Só podemos inscrever 22 jogadores dos 25 actualmente disponíveis, entre os quais estão Fábio Faria e Nuno Coelho que não contam como opção e acabámos de dispensar Carlos Martins, um jogador Português de grande qualidade que assentava que nem uma luva no sistema que JJ deveria usar e que bons resultados demonstrou frente ao Arsenal e Turcos.
Não sou daqueles saudosos de uma equipa cheia de Portugueses. O que me importa é a qualidade dos jogadores independentemente da sua nacionalidade, contudo convém analisar as regras que nos são impostas e planificar as coisas de forma a cumpri-las sem grandes sobressaltos com o intuito de se cumprirem os objectivos traçados para as várias competições em que estamos incluídos. Tal não tem sido feito e, como as coisas nesse âmbito têm tendência a piorar, convém ficar alerta e acordar.
Se, em Portugal, não surgem valores que possam dotar a 1ª equipa de jogadores de qualidade, contrate-se jogadores promissores com 18 anos e inscreva-se os mesmos todos os anos para, aos 22, contarem como formados no clube. Urreta, se tivesse sido inscrito e jogado um jogo na época passada, hoje contaria como formado cá, o que permitiria uma inscrição adicional.
Não me parece difícil fazer uma análise prévia e uma planificação adequada quando lidamos de forma profissional com as coisas mas o que se vem verificando no nosso clube é que, pelas mais diversas razões, encaramos as coisas de forma amadora o que se reflecte necessariamente nos resultados. Depois, como em Portugal os resultados estão inquinados desde o início, passamos a época a lamuriarmo-nos com os roubos e actos de corrupção dos outros sem preparar de forma conveniente o nosso futuro.