A visita

Depois de ter concordado integralmente com as 10 razões para os 10 pontos de atraso que o Glorioso11385 avançou esta semana e de já ter referido grande parte delas em Agosto e Setembro, seria incoerente se não compreendesse, agora, a indignação dos sócios do Benfica face ao desempenho da nossa equipa de futebol esta época. Compreendo-a, sinto-a e nem sequer me surpreende que tenhamos chegado a este ponto em Novembro.
O que não compreendo é a ligeireza com que se está a tratar que um grupo de sócios se junte e, numa acção claramente intimidatória, interrompa um treino da equipa para, em pleno relvado, conversar sobre o momento da equipa com o treinador e jogadores.
Não será por achar que os jogadores devam estar num pedestal para que ninguém lhes chegue e onde somente sejam adolados. Não será por considerar que um treinador do Benfica esteja acima de quaisquer manifestações de crítica. E muito menos será por entender que o Benfica deverá ter castas de sócios onde apenas alguns poderão contactar directamente o poder instituído ou os ídolos.
Recordo-me, ainda no estádio antigo, antes de um treino quando jogava basket na formação do Benfica, de ter entrado nas bancadas com dois colegas para ver o treino à porta fechada da equipa de futebol. Passados uns minutos, um dos treinadores apitou em direcção a nós e gritou que teríamos que sair. Éramos putos, não éramos 100 e não pertencíamos à claque. O treino parou à espera que saíssemos e ninguém conversou connosco sobre o desempenho da equipa nessa altura.
Agora, constato que a conversa ocorrida ontem se tratou de uma "situação normal". Tão normal como aquela ocorrida há uns anos no Olival. Sim, essa mesma que todos gozámos na altura por se tratar do porto e da sua claque organizada.
Por apoiarem e acompanharem a equipa nos jogos fora, o que, refira-se, não é exclusivo da claque, parecem julgar-se detentores de direitos próprios, aliás, como já se havia verificado numa assembleia-geral, há uns dois anos.
Foi um acto inadmissível, mesmo que a violência física, que não existiu, nunca sequer tenha sido equacionada. E fico pasmado que o nosso presidente se cale, o director de comunicação desvalorize e o treinador quase justifique esta acção de alguns associados do nosso clube.
Estive no dragão a época passada e senti a adrenalina de ver a nossa claque, e muitos outros adeptos, a apoiarem a nossa equipa num ambiente muito adverso mas todos, sem excepção, estavam lá porque gostam do Benfica e porque quiseram. Tal não lhes confere direitos especiais e seriam bom que o compreendessem. O Benfica é um clube democrático que, dos seus sócios, necessita de participação activa e apoio. Não precisa de braços armados ou milícias. Isto não é o porto nem o sportem. E gostaria de pensar que, ainda assim, os no name boys não são os super dragões ou a juve leo...

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