A ponte aérea

Anda agora muita gente indignada com as declarações do Bruno César porque afirmou que o Benfica é uma ponte aérea para mais altos voos e que a pressão, no Benfica, será, na sua opinião, menor que a que sente no Corinthians.
São declarações estúpidas, mais que não seja por revelar que pouco conhece o clube para onde vai. Mais estúpidas ainda por não reconhecer esse desconhecimento e não ter cautela no que afirma.
Mas, por estúpidas que estas declarações tenham sido, não deixam de ser verdadeiras. Até porque terá sido esse o peixe que lhe venderam: O Benfica tem visibilidade em campeonatos onde se pagam melhores ordenados e garante as condições para que os seus atletas, desde que mostrem o seu valor, evoluírem no sentido de se tornarem opções para clubes de melhores campeonatos.
Estes argumentos, embora não os aceitemos, são os que permitem que um bom jogador no Brasil, hoje em dia, com os ordenados que por lá já se pagam, arrisquem a aposta num clube, embora tradicional, e num país, embora irmão, pouco relevantes na alta esfera do futebol mundial.
E o Benfica será, para qualquer jogador brasileiro que chegue do Brasil, uma ponte aérea. Para clubes como o Chelsea ou Real Madrid, se correr muito bem, para outros clubes brasileiros, se correr mal, ou para o Seixal se correr apenas bem.
E a pressão... bastará a qualquer pessoa ver, de vez em quando, o PFC, que perceberá perfeitamente que isto, em Portugal, é para meninos.
O Di Maria afirmou-o, o Ramires também. Que o Benfica seja, também, uma ponte aérea para o Bruno César. A mesma do argentino e do "queniano", não a do Éder Luiz.