Pepa foi contratado pelo nosso clube para assumir funções de coordenação na formação. Considero que a formação é uma das áreas fundamentais para o futuro do nosso clube, pelo que é de saudar a discussão pública que esta medida provocou, ainda que os motivos em torno da discussão não sejam os melhores.
Para mim, é pouco relevante se a pessoa que contratamos para assumir determinado cargo é Benfiquista, Sportinguista, do Atlético ou Tondela, desprezo e dispenso Benfiquistas como Vale e Azevedo, admiro e apoio Sportinguistas como Carlos Lisboa. O que é importante é a sua ambição, crença, profissionalismo e competência, estas deverão ser as características que deverão nortear uma escolha e não imbecilidades cometidas no passado.
Pepa foi anjinho tratou mal o Benfica mas também foi mal tratado e acabou por sentir os seus erros na pele. Julgo que isso não deverá constituir impedimento para, se for competente, voltar a defender as nossas cores. Mourinho também foi incorrecto e tratou mal o clube quando forçou a sua saída, quando defendia outras cores não teve comportamentos cordiais para connosco tendo inclusive pactuado com a corrupção existente no nosso futebol e se houvesse possibilidade de este regressar ao Benfica estou certo que seria recebido de braços abertos pela esmagadora maioria dos adeptos. O que importa é a competência e é neste item que se deve centrar a discussão e é nesse item que ponho as minhas reticências na contratação. Sabe-se que Pepa tirou o curso de treinador, vinha desenvolvendo um trabalho como treinador adjunto numa equipa dos escalões inferiores, que tem um percurso enquanto jovem promessa na nossa formação e que é amigo do actual responsável pela Formação, o que para a assumpção do cargo para o qual foi indigitado me parece manifestamente curto.
Ao abordarmos e analisarmos o actual estado da nossa formação ficamos com a impressão que efectivamente algo vai mal e que se torna urgente fazer algo. O trabalho que foi desenvolvido num passado recente (que não era perfeito mas tinha méritos e alguns resultados) parece-me que foi destruído. A formação actual é uma amálgama de estrangeiros (essencialmente brasileiros e africanos) contratados para os vários escalões de formação e de idade duvidosa o que, julgo eu, não visa criar valor para a equipa sénior visa sim resultados desportivos nos respectivos escalões e eventualmente encher os bolsos de empresários/mediadores.
Urge criar formas que permitam a formação de jogadores que possam alimentar a equipa principal e por extensão o próprio futebol Português. Se a estratégia passa por contratar valores “emergentes” de outros países (em massa) com 15/16/17 anos, então, todos os escalões inferiores deixam de fazer sentido e são apenas centros de custos, verdadeiros Elefantes Brancos com a agravante de não darem prazer a ninguém.
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