Há ignorar e ignorar

Anda para aí meia blogosfera benfiquista a regozijar-se com a não resposta dada pelo nosso presidente em entrevista à SIC quando questionado sobre um alegado novo azedar de relações com a direcção do porto.
Eu não. Para já, uma pausa de 5 segundos para se dizer que se ignora não é convincente. Por outro lado, concordo que não se dê resposta aos habituais onanismos provincianos para consumo interno do presidente do porto mas, no entanto, teria ficado mais contente se o Luís Filipe Vieira tivesse respondido que, do porto, nada do que atirem nos afecta, sejam bocas ou pedras.
Convém lembrar que, à semelhança do aliciamento a jogadores e treinadores de outros clubes durante a vigência de contratos, há quem ande a fingir esquecer-se que o Benfica foi recebido, no estádio do dragão, sob uma chuva de pedras atiradas por adeptos do porto. Se ignoramos as bocas, parece que a comissão disciplinar da Liga ignora, também, aquela selvajaria que se passou no final da época passada.
O Benfica não pode permanecer calado em relação a este tipo de comportamentos. Não é com uma semi-ironia em final de entrevista que se trata um assunto destes.
Se, como ficou latente no final da entrevista, havia a vontade de referir este tema, quando questionado sobre a contratação do Roberto, deveria ter manifestado a grande preocupação relativamente a um eventual aliciamento do porto dado que aliciar jogadores com contrato parece ser uma prática vigente lá em cima. Redireccionaria a entrevista e, em vez de se ter que justificar devido a problemas do Benfica, apresentar-se-ia agressivo em relação aos nossos adversários. Penso que seria mais eficaz se tivesse optado por esse caminho.