Dissonância entre a forma e o conteúdo

Os resultados do Benfica na Champions têm sido fortemente marcados por pormenores. Erros individuais de jogadores e do treinador têm condicionado os nossos jogos e acima de tudo têm ditado os resultados. Se sobre os jogadores não me quero alongar muito, são situações que acontecem e que têm de ser trabalhadas para serem minimizadas já sobre o treinador importa escalpelizar, analisar e se possível corrigir.
Por muito que custe a interiorizar a grandeza do Benfica situa-se ao nível da reputação e na sua massa adepta, em 90 minutos de futebol a jogar na Europa não é bem assim. Shalke e Lyon têm condições económicas e jogam em ligas muito mais fortes, logo têm acesso a jogadores de qualidade e experiência que infelizmente nós não temos, temos que adaptar estratégias de jogo que nos permitam contrariar essa qualidade. O Lyon é uma equipa muito forte em todas as zonas do campo e demonstra isso mesmo há vários anos com performances assinaláveis nesta competição milionária. Jesus ontem penso que acertou na forma mas falhou completamente no conteúdo, ou seja, consciente que Javi Garcia era manifestamente curto para a luta do meio campo, principalmente quando a equipa não tem capacidade de circulação e retenção de bola, nem efectua pressão alta condicionando a construção de jogo do adversário, alterou o sistema com a inclusão de um duplo pivot no meio campo (no caso Javi e Carlos Martins). Se concordo com a ideia, não posso deixar de condenar a escolha dos intérpretes, Aimar foi “encostado” à direita (quando Martins está mais rotinado nessa tarefa), Carlos Martins na função de fechar o jogo mais atrás também não tem rotinas e isso sentiu-se, penso que teria sido mais indicado a inclusão no jogo de Airton em detrimento de um dos elementos de construção, Carlos Martins, Aimar ou mesmo Saviola (até porque estávamos a privilegiar um jogo mais directo e de contra-ataque). Com um golo e 10 minutos de atraso acabou por efectuar a substituição que se impunha ao intervalo, desta feita acertou no conteúdo mas falhou na forma, a jogar com 10 penso que teria sido mais benéfico para a equipa avançar Fábio no terreno em detrimento do marido da Diana Chaves.
O jogo já estava entregue quando passámos a jogar com 9, saiu um desinspirado Aimar para entrar Jara (faz-me espécie que não constitua opção para um jogo da taça de Portugal frente a uma equipa de segunda e seja opção para a Champions). A partir desse momento era só esperar pelo apito final, ficando apenas na retina a entrega dos jogadores nos minutos finais.

A ambição de Jesus tem sido traída pela inépcia em dar a volta ao texto que ele próprio escreveu. Insisto que Gaitan não é extremo e dificilmente será e não existe no plantel ninguém que ofereça a estabilidade táctica que Ramires dava ao nosso jogo, pelo que é tempo de adaptar a táctica aos jogadores e não os jogadores ao treinador/táctica.

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