O Auto de fé, por Rui Moreira

O Rui Moreira anda desorientado. Falou de túneis, imaginou túneis, mistificou túneis para, uns meses depois, na Bola, elogiar o futebol entusiasmante da equipa do Benfica na época transacta. De tempos a tempos, ora vangloria, ora critica, a gestão do seu presidente. Defende a verdade desportiva e pretende empurrar para baixo de um tapete a mentira no desporto. Chega a ser caricato.
Mas percebe-se. Quem quer ser candidato a candidato à presidência do porto tem que, neste momento, serpentear entre o situacionismo e a visão de futuro que o seu clube necessitará. Talvez por isso, quando as coisas lhes correm mal, à 3ª feira critique o treinador e à 5ª vá à sede da liga acompanhar um protesto patético da claque do seu clube. É natural que alguém desatento não perceba muito bem o que o Rui Moreira pretende…
Pois claro que, quando se ganha, as vozes discordantes calam-se. Há 3 ou 4 semanas, ou seja, desde que o Benfica venceu o sportem, braga e marítimo, que ninguém se lembra que o Moniz esteve para ser candidato à presidência do Benfica e, lá como cá, com os 7 pontos de avanço no campeonato – não interessa como foram obtidos – esta é uma altura em que mais vale fingir que se é apoiante do que oposição.
Por isso, e ninguém interpretou bem a expressão, o Rui Moreira recusou-se a participar num auto de fé. Diz-nos a história que um auto de fé é uma penitência realizada publicamente pelo não cumprimento ou vigilância da nova fé e esta não é a altura para o fazer, a equipa de futebol vai à frente. Portanto, mais vale sair de fininho sem dar a sua opinião sobre o que de substancial se pode perceber nas escutas: O porto manipulou as arbitragens.
E percebo-o. Mais vale refugiar-se na ilegalidade da divulgação das escutas que opinar sobre o seu conteúdo. Ele sabe que quem o fizer de boa fé, ser-lhe-á impossível ignorar os protagonistas e as suas práticas. Os autos de fé eram impostos pela inquisição. Não é o caso. O conteúdo das escutas está lá para quem quiser tirar as suas conclusões. Neste caso, não podendo, de boa fé, defender o indefensável, o auto da fé não passou de uma chicuelina semântica para evitar o confronto com as suas próprias gentes. Fez bem. Deve ser desagradável conduzir na VCI e levar com umas pedradas…

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