Sobre Gaitán e não só

Não gosto muito de me armar em “treinador de bancada”, mas gostava de dar aqui a minha opinião sobre algumas questões que me preocupam da observação que fiz dos nossos jogos.
Parece-me que Nico Gaitán, para poder acrescentar valor à nossa Equipa e justificar os mais de oito milhões pagos, terá de começar a ser utilizado noutra posição. A extremo não só não rende o máximo, porque não tem velocidade nem características de flanqueador quando a equipa ataca, como se torna mesmo um perigo para nós pela sua total inabilidade para defender – algo que Di Maria por exemplo aprendeu com o tempo, tempo que agora não temos.

Acho que a posição natural de Gaitán é a de Saviola, podendo ser uma válida alternativa nas ausências deste ou até para já como titular, dado o fraco rendimento que o génio vem demonstrando.

Essa opção levaria a que o Benfica tivesse duas duplas de avançados com características semelhantes dois a dois: Cardozo – Saviola titulares, Kardec – Gaitán alternativas (não gosto do termo “suplentes” a não ser quando aplicados a jogadores que efectivamente poucas hipóteses têm de jogar a titulares).

Já Nuno Gomes, Weldon e Jara seriam alternativas sempre que fosse necessário recorrer a jogadores com características diferentes das duas duplas referidas, mudando ou não o esquema táctico.

Nuno Gomes tem uma invulgar capacidade de entrar em tabelas a partir de trás, criando espaços para ele próprio ou um companheiro aparecerem na área a finalizar.

Weldon tem como sabemos a velocidade com e sem bola como sua principal arma, útil em jogos onde se privilegie o contra-ataque.

Já Franco Jara pode trazer à equipa uma capacidade de luta e de disputa e recuperação de bolas na zona de ataque, bem como poder de choque na área, que nenhum outro dos nossos avançados tem.

E o flanco esquerdo, então, se Gaitán de lá sair?

Em primeiro lugar, Gaitán poderia continuar a ser utilizado nessa posição sempre que o seu concurso não fosse necessário no que eu acho ser o seu lugar natural, e em jogos onde defender não seja muito importante.

Temos ainda o César Peixoto, que é uma alternativa válida se for colocado a médio-esquerdo sem que se lhe peça uma grande dinâmica; Fábio seria sempre o primeiro responsável pelo vai-vem em todo o flanco, e César ficaria como seu primeiro apoio, primeiro tampão quando defendemos, guardião das costas de Fábio quando este sobe sempre que atacamos.

E temos ainda a possibilidade de testar Sálvio na esquerda; não seria a primeira adaptação com sucesso de um destro ao lado esquerdo, como sabemos. E Sálvio é mesmo um extremo, ao contrário de Gaitán.

E para o ano espero que se recupere o Urreta. Se Jesus não gosta dele, aprenda a gostar, pelo menos o suficiente para o jogador ter oportunidade de se mostrar e podermos perceber quem tem razão, e se efectivamente o jovem uruguaio é ou não jogador para o Benfica.

Percebo que um treinador deve ter o direito de escolher com quem quer trabalhar, mas também acho que deve haver da sua parte alguma flexibilidade, olhando para os interesses globais do Clube e não se deixando arrastar por teimosia para decisões emocionais que nada ajudam os objectivos comuns.

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